domingo, 25 de março de 2012

Publicado originalmente em maio de 2007

Homens-Destino

Nada sobrevive a essa análise. Se você não achou uma resposta pronta religiosa, então verá que a única razão de existir estava em sobreviver para procriar. Como já tem gente demais no mundo, e as doenças sexualmente transmissíveis, sobreviver perde um pouco de sua essência.

E sobreviver é algo difícil hoje em dia. Nada de comida, água e abrigo apenas. Tem conta no banco, impostos, carro, internet, status e mais um monte de coisa para ocupar o tempo e a mente. No deslocado de objetivos, eram todas coisas úteis pra sobreviver e procriar. Hoje em dia, talvez seja bom o bastante pra não virar mendigo.

Pra tirar esse vazio, valem drogas, e religiões. Valem também as soluções individuais: os Homens-Destino. Estes são os que decidem uma razão arbitrária da vida, e não gastam mais suas energias com essa pergunta indigesta. Homens-destino produzem.

Alguns influenciam os outros, ganhando nova denominação. São os Homens-Destino-Dos-Outros. Pessoas que carregam dois ou mais pro destino que elegeram como bom para justificar o esforço de levantar de manhã. Irônico que seja, o fazem pelo antigo objetivo. Influenciam pelo poder e acesso a parceiros, para sobreviver e procriar. É... um vício de gerações. Coisa difícil de matar.

O Homem-destino não olha no espelho. Se olhar, sua certeza estremece. Como justificar o esforço dispendido então? Sublimar, diria o terapeuta. Mas por essa energia em que? O que não é destino arbitrário? Sobreviver e procriar? Procriar? Para que a prole sobreviva e procrie?

Não... acho que fazemos isso pra curtir de fora a descendência descobrindo as coisas da vida. Deve ser bem mais legal que internet e tv juntos.

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