sexta-feira, 12 de março de 2010

A morte do Glauco

Fiquei triste com a notícia da morte do Cartunista Glauco, assassinado a tiros nesta madrugada, junto com seu filho.

Não sou assíduo leitor de suas tiras, mas acompanhei por tempos este tipo de humor, eventualmente no jornal, na internet, em publicações com Angeli e Laerte. Não vou tentar entender o espírito da época que formou esses artistas e o que os interessava, mas para mim sempre foram divertidos e autênticos.

Glauco tinha um humor jocoso, que afrontava, que a gente não levava para os pais para mostrar. Esta geração de cartunistas é inteligente, e guarda aquela liberdade dos compromissos com o estabelecido. Formaram um novo estabelecido.

Você olha para as fotos dele jovem, ao lado do Angeli e do Laerte e fica pensando que esse cara poderia muito bem ser do “fundão” da sua sala na escola. Aquele tipo de pessoa que a gente observa com atenção, procurando ter algumas de suas características.

Sei lá, pode ser viagem minha, mera projeção, mas posso imaginar como deveria ser divertido tomar cerveja com esses tipos, ser amigo, conhecer as manias, falar sério, falar besteira. Quando alguém assim morre, é como se o mundo perdesse um pouco da graça.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

E os primeiros dias de retorno...

Voltar para a rotina de trabalho e obrigações adultas é sempre um pouco traumático. Sentimos isto de leve a cada segunda feira (ok, nem tão de leve para alguns), mas muito mais fortemente após deliciosas férias.

O corpo insiste em querer dormir naquele horário obsceno... e acordar naquele horário escandaloso. A fome não “bate” no horário de almoço. O relógio passa devagar quando você quer que passe rápido, e voa quando você tem algo para entregar.

Nem todos os colegas estão de volta, e nem todos os recursos disponíveis. As vezes falta informação para planejar sequer o que você fará amanhã. Isto faz crescer em você uma sensação de estar num episódio de “Além da imaginação”.

Me lembro de um episódio em que uma família acorda com homens azuis desmontando suas casas. Em meio a protestos contra o “roubo”, percebem que todo o bairro esta sendo pilhado por homens azuis. De repente, o “chefe” desses seres aparece e pergunta “o que vocês fazem aqui?” – “essa é nossa casa!” respondem.

Aos poucos, entendem que ficaram no segundo que passou. Isso mesmo... cada segundo seria montado, e uma vez que ele passa, é desmontado por essas místicas figuras azuis - para compor os itens de segundos futuros. O chefe mostrava para o grupo que o trabalho era minucioso, e que eles trabalhavam com avanço (anos de antecedência). A logística era fantástica.

Você já teve a sensação de procurar algo em uma gaveta e não achar... e depois de procurar em vários lugares, voltar à gaveta e achar? Pois é, esses são os pequenos erros dos homens azuis - que eles corrigem em tempo. Na volta ao trabalho, desejo a você que possa corrigir em tempo aquilo que não estiver 100%, e esperar até que seus "neurônios azuis" estejam mais organizados.