sexta-feira, 25 de abril de 2014

Autoajuda (Brendon Burchard – O Poder da Energia)

Autoajuda (Brendon Burchard – O Poder da Energia) – Ed. Novo Conceito

Atire o primeiro volume aquele que nunca leu um livro de autoajuda. Todos nós temos uma eterna luta a travar com nossos desejos e limitações, e, não podia ser diferente, há sempre alguém disposto a nos vender o “pulo do gato” para superarmos nossas dificuldades. Seja um comprimido, um jeito de pensar, um estilo de vida, uma dieta, um preceito religioso, qualquer um que acredita ter encontrado o caminho passa a professá-lo como solução para todos.

Se for esperto, vira palestrante e lança um livro desvendando seu caminho “infalível” para a felicidade. Brendon Burchard fez isto. Ganha dinheiro dando palestras e treinamentos sobre seus métodos, e é claro, vendendo livros. Seu “O poder da energia”, quarto livro da carreira, foi Best-Seller n1 do New York Times, seguindo o sucesso dos anteriores.

Somos como Burchard, apenas menos ambiciosos. Aquilo que está dando certo para nós é rapidamente incorporado a nosso discurso aos amigos deprimidos. Diante de qualquer crise, nossas respostas frágeis e temporárias para o mistério da vida tornam-se os salva-vidas que atiramos aos que se afogam.

Aos 15 anos, estabeleci algumas metas e vi meu foco aumentar e a maioria delas se realizar. É uma prática que renovo a cada 3 anos em minha vida, e divulgo este hábito para todos que conheço. Por trabalhar com Psicologia Organizacional, estou sempre lendo material sobre a superação de limites. Recomendo especialmente os livros de Anthony Robbins – “O Poder sem Limites” e “Desperte o Gigante Interior”, que sempre me ajudaram de maneira prática. Burchard também cita este autor em seus agradecimentos.

"O Poder da Energia" também é bom. Ganha você logo de cara, num artificio de extrema sinceridade do autor. Ao invés de iniciar o livro contando como suas técnicas o levaram ao sucesso, ele cita momentos de grande tristeza, em especial uma tocante descrição sobre a morte de seu pai.

É a partir dai, que defende suas técnicas, como formas de superação e de “colocar mais vida na vida”. Ele primeiro iguala sua experiência à nossa, com altos e baixos, e depois apresenta com humildade sua proposta. Burchard dá dicas interessantes sobre como escolher seus objetivos e amigos, e como ser quem queremos ser para nós e para os outros. Faz isto sem aquela empolgação messiânica que tanto incomoda e tira a credibilidade de outros autores de autoajuda.

Com a guarda do senso crítico muito alta, você poderia abandonar o livro na página em que ele recomenda que devemos tomar seis (!) litros de água por dia. Ainda assim, ele logo será humilde novamente, reconhecendo que esta informação é polêmica, e convidando-o a experimentar por si mesmo.

A vida é uma viagem complicada, e é fácil encontrar buracos em qualquer solução proposta. Se as técnicas de Burchard dão certo para todos que lêem o livro: claro que não! Aproveitamos de qualquer forma aquilo que estamos prontos para colocar em prática, e deixamos de lado aquilo que não nos convenceu. Sua leitura produz essa sensação positiva de que tudo pode ser diferente, e que podemos corrigir a rota e seguir para rumos mais próximos da felicidade.

Já é bem mais do que pode ser dito da maioria dos títulos sobre o tema.

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