quinta-feira, 3 de março de 2016

A colisão das culturas

When Cultures Collide – de Richard Lewis, infelizmente ainda sem edição brasileira – reflete o esforço do autor em apresentar de forma sistemática as diferentes visões de mundo dos principais países, especialmente para facilitar a comunicação para ambientes de negócios.

Na primeira parte, Lewis, cujo currículo é rico em experiências em diferentes países, permite uma análise bastante ampla do fenômeno das culturas. A comunicação, que é influenciada pelas características da linguagem. Fatos históricos, que fazem prevalecer certos valores, ou criar oposições e preconceitos a diferentes povos, backgrounds religiosos diversos, etc. 

Todo este caldeirão interfere no ambiente em que as pessoas são criadas, e determinam a ênfase em determinados valores.

“Buses in Madagascar leave (…) not according to a predetermined timetable, but when the bus is full” (em tradução livre: os ônibus em Madagascar saem, não segundo um cronograma predeterminado, mas quando fica cheio)
“When Americans ask for whiskey, they mean bourbon; if they want whiskey they say Scotch” (quando os Americanos pedem uisque, eles querem dizer “bourbon”. Se quisessem uisque, diriam “scotch”)
Poucos de nós consegue fazer uma análise isenta da realidade de outro povo. Dessa diferença fundamental surgem muitos mal-entendidos, ou atrasos na necessidade de trabalho em equipe numa sociedade de consumo globalizada.


A segunda parte, é formada por capítulos dedicados aos principais players do mercado global. Assim, torna-se um livro de referência, mostrando como se comportam diferentes povos, notadamente Europa, América do Norte e Ásia. Na América do Sul, falam de vários também. A despeito do meu temor, não cai em clichês, ao menos quando falam do nosso Brasil.

O que falam do Brasil?

“Brazilians like to grab at easy, immediate solutions, the result often being a lack of long-term planning.” (Brasileiros comprometem-se com facilidade com soluções imediatas, frequentemente sendo o resultado a falta de um planejamento de longo termo).

Achei muito justo.Vale a leitura – que por enquanto requer o domínio do inglês.

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